Fenômenos abióticos imediatos
- Perda da consciência
- Insensibilidade geral e dos sentidos
- Imobilidade e abolição total do tônus muscular
- máscara da morte (fácies hipocrática = moribundo)
- inércia
- relaxamento esfinctérico
- midríase (dilatação pupilar)
- Cessação da respiração
- Cessação da circulação
- ausculta cardíaca – Prova de Bouchut
- radioscopia do coração - Sinal de Piga
- eletrocardiografia com ou sem ativação adrenalínica - Prova de Guérin e Frache
- globo ocular
- esvaziamento da artéria central da retina
- interrupção da coluna sangüínea das veias retinianas
- descoramento da coróide
- parada completa da rede superficial da retina
Fenômenos abióticos consecutivos
Desidratação cadavérica
- perda de peso
- fetos e recém-nascidos - até 8g/Kg/dia - nas primeiras horas até 18 g/Kg/dia
- pergaminhamento da pele
- dessecação cutânea
- endurecimento cutâneo
- tonalidade pardacenta ou parda-avermelhada
- estrias decorrentes de arborizações vasculares
- dessecamento labial e mucoso
- mais intenso em recém-nascidos e crianças
- lábios se tornam duros e pardacentos
- pode simular ações traumáticas ou cáusticas
- modificação dos globos oculares
- tela viscosa - sinal de Stenon-Louis
- diminuição ou perda da tensão do globo ocular - Sinal de Louis
- turvação da córnea transparente
- mancha negra da esclerótica - livor sclerotinae nigricencens - Sinal de Sommer e Larcher
- mancha de cor enegrecida devido à transparência do pigmento coroidiano
circular ou oval, raramente triangular. no quadrante externo do olho - após 8 horas da morte, deformação da íris e pupila à pressão digital - Sinal de Ripault
- tendência ao equilíbrio com o meio ambiente, progressivo e não uniforme
- esfriamento médio de 1,5º/h
- alterações na velocidade do resfriamento
- mais lento
- obesos
- envoltos em roupas ou cobertores
- ambientes fechados ou sem circulação de ar
- vítimas de insolacão, intermação, envenenamento e doenças infecciosas agudas
- mais rápido
- crianças e velhos
- doenças crônicas e grandes hemorragias
- mais lento
- termômetro retal
- Necrômetro de Bouchut
- Tanatômetro de Nasse
- introduzido 10cm
Livor Mortis
- Modalidades
- Manchas de hipóstase cutâneas
- Livores viscerais
- pulmões
- fígado
- rins
- baço
- intestinos
- encéfalo
- fenômenos constantes - exceção em grandes hemorragias
- regiões inferiores do cadáver exceto regiões de pressão - exceção: livores paradoxos
- forma de placas - exceção: púrpuras hipostáticas
- mecanismo
- parada da circulação
- ação da gravidade
- acúmulo sanguíneo intravascular nas partes mais baixas do corpo - exceção: regiões de pressão
- início em algumas regiões que se coalecem
- coloração
- regra: violácea
- exceções
- asfixia por monóxido de carbono - vermelho, róseas ou carminadas
- envenenamento metahemoglobinizantes - marrom-escuro
- cronologia
- aparecimento: 2 a 3 horas após a morte
- fixação 8 a 12 horas
- permanece na mesma posição caso se vire o cadáver
- permite diagnóstico de alteração da cena do crime
- pessoas de cor negra os livores podem não ser evidenciados
- colorímetro de Nutting - espectroscópio de colimador espectral e de luneta ocular
- diagnóstico diferencial com equimose
- incisar e perceber que o livor flui
Rigor Mortis
- Mecanismo
- após a morte: um relaxamento muscular generalizado
- hipóxia celular
- não formação de ATP
- alteração da permeabilidade das membranas celulares
- formação de actomiosina
- ação da glicólise anaeróbica
- acúmulo de ácido láctico
- Ordem de aparecimento - Lei de Nysten – Sommer
- face, mandíbula e pescoço
- membros superiores e tronco
- membros inferiores
- desaparecimento na mesma ordem
- Cronologia
- aparecimento - 1 a 2 horas após a morte
- grau máximo - 8 horas
- desfazimento - 24 h
- início da putrefação
- coagulação das albuminas
- acidificação
- quebra do sistema coloidal
- início da putrefação
Espasmo cadavérico
- fenômeno controverso e raro
- manutenção da última posição da vítima antes de morrer
- se mantém até a instalação da rigidez muscular
Fenômenos abióticos transformativos
Destrutivos
Conservadores
Fenômenos abióticos transformativos destrutivos
- destrutivos
- autólise
- putrefação
- maceração
- conservadores
- mumificação
- saponificação
- calcificação
- corificação
Autólise
- Fenômenos putrefativos anaeróbicos intracelulares
- Mecanismo
- Diminuição da oxigenação e nutrição celular
- Metabolismo anaeróbico
- Acúmulo de ácido lático - Acidificação - diminuição do Ph
- Rompimento de organelas citoplasmáticas - lisossomos
- Liberação de enzimas proteolíticas
- Processo sem participação bacteriana
- Células mais afetadas - as que possuem mais enzimas
- mucosa gástrica
- mucosa intestinal
- pâncreas
- Fases
- Latente - alterações citoplasmáticas
- Necrose - alterações nucleares
Putrefação
- Mancha verde abdominal
- Primeiro local da fase de coloração
- Fossa ilíaca direita
- o ceco é a parte mais dilatada e livre
- maior acúmulo de gases
- proximidade com a parede abdominal
- concentração de bactérias
- Cronologia do aparecimento
- verão - 18 a 24hs
- inverno - 36 a 48
- Mecanismo e evolução
- atividade bacteriana - Clostrídium welchii
- formação de metano, gás carbônico, amônia e mercaptanos, gás sulfídrico
- gás sulfídrico + hemoglobina = sulfohemoglobina ou sulfometahemoglobina = verde
- progressão por todo o corpo
- escurecimento progressivo - verde enegrecido a negro
- A cabeça fica muito negra
- Pigmentação intra-abdominal por pigmento biliar
- Enegrecimento de parte das vísceras maciças em contato com o intestino grosso
- Nos fetos
- início pela parte superior do tórax, face e pescoço
- conteúdo intestinal estéril
- bactérias nas vias aéreas
- início pela parte superior do tórax, face e pescoço
- Nos afogados
- cabeça e parte superior do tórax
- posição do cadáver com a cabeça para baixo
- cabeça e parte superior do tórax
Fase gasosa
- Cronologia
- perceptibilidade - 48 a 72 horas
- grau máximo - 5 a 7 dias
- Mecanismo
- ação de bactérias saprófitas
- Formação de gases da putrefação - inflamáveis
- decomposição protéica
- liberação de compostos nitrogenados - ptomaínas (odor desagradabilíssimo)
- ação de bactérias saprófitas
- Aumento da pressão abdominal
- prolapso do útero - eventual parto post-mortem
- prolapso do reto
- elevação do diafragma
- compressão pulmonar - saída de líquido avermelhado pela boca e narinas
- sangue proveniente do rompimento alveolar
- compressão pulmonar - saída de líquido avermelhado pela boca e narinas
- Superfície
- destacamento total da epiderme
- perda de fâneros
- bolhas epidérmicas de conteúdo líquido hemoglobínico - baixo teor protéico
- circulação póstuma de Brouardel
- pressão sobre grandes vasos
- escoamento passivo do sangue periferia
- destacamento da epiderme
- coloração escura do sangue
- 36 e 48 horas após a morte
- pressão sobre grandes vasos
- Aspecto gigantesco
- protusão ocular
- protusão lingual
- distensão dos órgãos genitais masculinos
- posição de lutador
- Vísceras maciças
- amolecimento
- superfície de corte com numerosas pequenas cavidades - queijo suíço
- Coração
- amolecido, pardo, com creptação
- Pulmões
- colabados - pardos escuros ou cinza enegrecido
- cavidades pleurais - até 200 ml. de líquido pardo-escuro
- Cérebro
- perda da estrutura - "derretimento"
- massa pegajosa cinza escura
Fase de coloração
- Mancha verde abdominal
- Primeiro local da fase de coloração
- Fossa ilíaca direita
- o ceco é a parte mais dilatada e livre
- maior acúmulo de gases
- proximidade com a parede abdominal
- concentração de bactérias
- Cronologia do aparecimento
- verão - 18 a 24hs
- inverno - 36 a 48
- Mecanismo e evolução
- atividade bacteriana - Clostrídium welchii
- formação de metano, gás carbônico, amônia e mercaptanos, gás sulfídrico
- gás sulfídrico + hemoglobina = sulfohemoglobina ou sulfometahemoglobina = verde
- progressão por todo o corpo
- escurecimento progressivo - verde enegrecido a negro
- A cabeça fica muito negra
- Pigmentação intra-abdominal por pigmento biliar
- Enegrecimento de parte das vísceras maciças em contato com o intestino grosso
- Nos fetos
- início pela parte superior do tórax, face e pescoço
- conteúdo intestinal estéril
- bactérias nas vias aéreas
- início pela parte superior do tórax, face e pescoço
- Nos afogados
- cabeça e parte superior do tórax
- posição do cadáver com a cabeça para baixo
- cabeça e parte superior do tórax
Fase coliquativa
- Dissolução pútrida do cadáver - deliqüescência cadavérica
- Desintegração de partes moles
- redução do volume
- deformação
- liberação dos gases
- Inúmeras larvas
- Cronologia
- extremamente variável
- início - 3 semanas após o óbito
- término - vários meses
- extremamente variável
Fase de esqueletização
- Fase que se mescla à coliquativa
- Final do processo destrutivo cadavérico
- Resultado final é o esqueleto livre de partes moles
- Cronologia muito variável
- início - terceira a quarta semana
- término - seis meses
- fatores
- clima
- ambiente (+ fauna cadavérica)
- ar livre
- inumação
- submersão
Maceração
- Asséptica
- fetos mortos retidos, a partir do 5º mês de gestação
- fetos mais precoces podem ser reabsorvidos, mumificados ou calcificados
- fetos mortos retidos, a partir do 5º mês de gestação
- Séptica
- fetos intra-uterinos de cadáveres
- alguns autores incluem a putrefação sob imersão
- Cronologia
- poucas horas após a morte fetal
- menor aderência epidérmica
- 3 a 5 dias
- formação de bolhas epidérmicas com líquido avermelhado
- coalescência das bolhas
- destacamento cutâneo
- derme avermelhada exposta
- destacamento do couro cabeludo
- Evolução
- diminuição da consistência corporal
- achatamento ventral
- descolamento dos ossos dos tecidos
- grande possibilidade de contaminação
- Tabela de F.A. Laugley
- grau 0 - m < 8 horas
- pele com aspecto bolhoso
- grau 1 - 8 < m < 24 horas
- epiderme começa a descolar
- grau 2 - m > 24 horas
- extenso descolamento epidérmico - efusões avermelhadas em cavidades
- grau 3 - m > 48 horas
- fígado amarelo-amarronzado, efusões turvas
- grau 0 - m < 8 horas
- poucas horas após a morte fetal
Fenômenos abióticos transformativos conservadores
Adipocera
Mumificação
Courificação
Adipocera - saponificação
- Fenômeno conservador transformativo raro
- Aspecto de cera
- consistência untuosa, mole e quebradiça
- cheiro rançoso adocicado
- coloração amarelado, róseo ou acinzentado
- Cronologia
- pode surgir após a primeira semana
- perceptível aos 3 meses (GVF: 6ª semana)
- Aparece após estágio relativamente avançado de putrefação
- necessidade ação bacteriana (principalmente do gênero Clostridium)
- hidrólise de gorduras neutras (triglicerídio) para a liberação de ácidos graxos
- transformação do ácido oléico em hidroxiesteárico e oxiesteárico
- necessidade ação bacteriana (principalmente do gênero Clostridium)
- Geralmente limitado a algumas partes do cadáver
- Predisponentes
- obesos
- água estagnada e pouco corrente
- solo argiloso e úmido
- difícil acesso ao ar atmosférico
- comum em valas comuns
Mumificação
- Meio quente, arejado e seco
- inviabilidade bacteriana
- desidratação
- rápida
- intensa
- desidratação
- inviabilidade bacteriana
- Mais comum
- magros
- crianças
- Exame
- peso e volume reduzidos
- pele
- ondulada
- endurecida
- aspecto de couro
- coloração parda
- soa como cartão ao toque
- Às vezes parcial
- segmentos, em geral os de menor diâmetro: mãos e pés
- Pode possibilitar
- exame de lesões
- identificação
Corificação
- Extremamente raro
- Relatado por Della Volta em 1985
- cadáveres recolhidos em ataúdes metálicos herméticos, principalmente de zinco
- pele de cor e aspecto do couro curtido recentemente
- abdome achatado e deprimido
- musculatura e tecido subcutâneo preservados
- líquido viscoso e turvo castanho-amarelado na urna
- órgãos amolecidos e conservados
- possibilidade de exames histopatológicos
- possibilidade de exames toxicológicos
- cadáveres recolhidos em ataúdes metálicos herméticos, principalmente de zinco
Calcificação
- Fenômeno conservador muito raro
- Petrificação ou calcificação corporal
- Forma intra-uterina
- forma mais comum
- ocorre na morte fetal retida
- litopédios - criança de pedra
- Forma extra-uterina
- raríssimo
- mecanismo
- putrefação muito rápida
- assimilação de sais calcários pelo esqueleto
- resultado de aparência pétrea e grande peso - (fóssil)
FONTE DE PESQUISA: http://www.malthus.com.br/mg_total.asp?id=434
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